A FALTA DE UMA POLÍTICA HABITACIONAL EM ANGOLA
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A realidade que vivemos até hoje em Angola, é do assunto habitação esquecido, não olhado de frente o problema, sem a criação de uma política de incentivo ao fomento habitacional, bem como à venda de terrenos a preços controlados.
Vemos o Estado criar uma “lojinha” chamada EGTI, onde os terrenos são vendidos a preços absurdos, distante da capacidade financeira da população para compra de imóveis.
Enquanto não se criar uma política de acesso à terrenos legalizados e infra-estruturados e uma política de crédito, que vá de encontro à realidade financeira da população, estamos a adiar e aumentar a cada dia, um problema que interferirá na urbanização das cidades, na organização administrativa e no recolhimento dos impostos.
Com a valorização do imobiliário,os conflitos de terras aumentarão.
Na nossa visão, um fórum promovido pela Presidência da República, onde as entidades intervenientes da criação dos produtos imobiliários, levem para lá propostas de soluções para os constrangimentos, bem como o Ministério das Finanças apresente também uma solução estruturada para financiamento dos imóveis, é a melhor saída para começarmos a encarar o problema de frente. Problema esse que levará 20 anos para ser resolvido, com muita sorte!
Até lá, o que veremos é o aumento da população de forma muito mais rápida em comparação com a criação de habitações condignas e assim, como sempre acontece, quando falta um produto, o preço da habitação vai subir, ano após ano.
Esse aumento do custo da moradia interferirá diretamente nos índices de inflação e também no custo dos produtos.
Habitação com custo alto inibe o crescimento da economia, o aparecimento de micro e pequenas empresas e o investimento externo no país.
Talvez a inércia aconteça, porque os decisores já estão muito bem instalados em confortáveis residências, para além de ver os seus investimentos no Imobiliário dar cada vez mais fruto, com a subida das rendas que, a nosso ver, é expectável que aconteça nos próximos 5 anos.
Autor: Cleber Corrêa | CEO PROIMOVEIS
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