Opções de compra de casa terão que se deslocar para fora dos grandes centros urbanos

João Sousa, CEO da JPS Group, revela que os concelhos da margem sul do Tejo estão a experimentar uma grande procura de casa, devido aos preços mais acessíveis, o que contribui para uma valorização imobiliária com o preço a subir o triplo relativamente à capital, que por sua vez está a perder valorização.

O responsável avança ainda que o novo projeto lançado em Outubro pela promotora imobiliária, que fica a cerca de 20 minutos da Ponte Vasco da Gama, só nestes dois meses vendeu cerca de 60% das unidades disponíveis da 1.ª fase, e teve vários investidores portugueses a comprarem três e quatro moradias de uma vez.

Salienta também que a procura de casa em Portugal será sempre superior à oferta, o que contribui para o aumento dos preços e torna as casas menos acessíveis para quem não tem condições financeiras para comprar ou arrendar uma casa adequada para viver.

O que se pode esperar para o mercado imobiliário em 2024?

Em 2024, a tendência é que o mercado imobiliário se mantenha estável, com os preços de venda em alta, visto que a procura de casa supera em muito a oferta. Pela nossa experiência enquanto promotora, acreditamos que as opções de compra de casa terão que passar para fora dos grandes centros urbanos, onde a procura aumenta e os preços por m2 são mais baixos, aliados a uma qualidade de vida superior que não é possível encontrar na capital.

A procura de projetos para desenvolvimento por parte de investidores estrangeiros continuará a abrandar principalmente devido à instabilidade das políticas de habitação, o que levou muitos investidores a procurar outros mercados mais atrativos para investir. Outro fator para isso acontecer é a morosidade e as dificuldades dos processos de licenciamento, um dos grandes entraves à falta de oferta de habitação no país, pois não se sabe quando o projeto ficará pronto. Os investidores não têm garantias de tempos de retorno do investimento, por ser uma incógnita o tempo que pode demorar um projeto desde o desenvolvimento e início de construção, que pode demorar dois anos a correr bem, ou 10 anos, como conheço exemplos.

Estes atrasos dos licenciamentos são um dos principais problemas para a construção de casas e já há muitos anos identificado pelos construtores e promotores imobiliários. Quanto ao novo diploma do licenciamento, segundo o qual as câmaras têm de agilizar os licenciamentos em menos tempo, estamos expectantes quanto à aplicação do mesmo, na prática. Mas, seria ótimo que se sentissem diferenças significativas, em termos de celeridade, pois a colocação de oferta de casas no mercado pode diminuir ainda mais, caso as coisas não mudem depressa.

A par da morosidade do licenciamento, também os custos de construção, que inclui os custos dos materiais e da mão-de-obra, condicionam a atividade da promoção imobiliária com pressões sobre as margens e desaceleram o investimento em novos projetos de construção. Os custos de construção têm subido, só de 2021 para 2022 subiram 23%, segundo o SICC – Sistema de Informação de Custos de Construção, pelo que contamos com alguma possível estabilização de preços durante este ano.

Acredito que o mercado de arrendamento terá tendência a baixar, uma vez que não há capacidade para as famílias portuguesas pagarem as rendas praticadas, pelo que o mercado terá que se ajustar.

Quais as tendências para este ano que podem dinamizar o imobiliário?

Nos últimos anos, o mercado imobiliário tem atraído muito interesse tanto de compradores como de investidores, pelo facto de ser atrativo, credível e seguro em termos de investimento. Como refiro sempre, as vantagens do investimento em imóveis de uma forma geral, são o baixo risco e a elevada segurança do investimento, ou seja, nunca perde o valor investido e tem sempre retorno garantido.

Continuaremos a assistir, este ano, a uma procura de casa sustentada, visto que as pessoas vão continuar a comprar casa, seja para comprar, arrendar ou investir. Cada vez mais, somos procurados por famílias que planeiam a compra de casa mais cedo, até pelos preços e facilidade de pagamento ao longo do tempo, por investidores/compradores portugueses, mas também por estrangeiros à procura de segundas residências ou oportunidade de investimento. As preferências e as necessidades dos compradores/investidores trazem uma nova dinâmica ao mercado imobiliário, com o aumento da procura de casa fora dos centros urbanos, as pessoas procuram viver com qualidade de vida e um estilo de vida único em contacto com a natureza.

Os concelhos da margem sul do Tejo estão a ganhar destaque e a atrair uma grande procura de casa, devido aos preços mais acessíveis, o que contribui para uma valorização imobiliária com o preço das casas nesta zona a subir o triplo relativamente à capital. No lado oposto, a capital está a perder valorização. Estes concelhos a sul do Tejo beneficiam de uma localização privilegiada e um potencial de crescimento, com todo o tipo de comércio, serviços, transportes e bons acessos à capital. Existem vários players do mercado imobiliário a apostar nestes concelhos, com projetos residenciais com boas comodidades e uma diversidade de tipologias que não é possível encontrar na capital, que são uma excelente oportunidade de investimento.

fonte: DIÁRIO IMOBILIÁRIO

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